Por Sheila Nhancale
Maputo (MOZTIMES) – Joel Amaral, activista político e mobilizador nacional do líder da oposição Venâncio Mondlane, foi baleado na tarde deste domingo, no bairro de Coloane, na cidade de Quelimane, província da Zambézia. A informação foi confirmada ao MOZTIMES por Abdul Nariz, do gabinete de comunicação e imagem de Mondlane.
De acordo com a fonte, Amaral foi atingido com um tiro na cabeça e dois nos membros inferiores, encontrando-se actualmente internado no Hospital Central de Quelimane. Familiares do activista referem que o seu estado de saúde é crítico, devido ao ferimento na cabeça.
O ataque a Joel Amaral ocorre semanas depois do encontro entre o Presidente Daniel Chapo e o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, durante o qual este último anunciou ter alcançado um consenso com o Chefe de Estado para pôr fim à violência pós-eleitoral e promover a reconciliação no país.
Mondlane reagiu ao ataque contra o seu aliado, classificando-o como um acto de violência política.
“Não restam dúvidas de que este acto covarde é um claro exemplo da intolerância política que permeia o nosso país”, escreveu Mondlane na sua conta do Facebook este domingo.
“A perseguição aos nossos membros e a qualquer cidadão que exerça o seu direito à livre expressão deve acabar. É hora de nos unirmos contra a violência e a opressão, e de exigirmos um Moçambique onde todos possam viver em segurança e dignidade”, acrescentou.
Segundo relatos de testemunhas oculares, os atacantes encontravam-se numa viatura de marca desconhecida, do tipo pick-up e de cor branca, e dispararam contra Amaral em frente a um estabelecimento comercial local identificado como “Loja Benedido”. Após os disparos, os indivíduos abandonaram imediatamente o local.
Até ao momento, não há confirmação oficial sobre a identidade dos autores nem sobre as motivações do ataque.
Joel Amaral é também músico e tem sido uma figura activa nas campanhas do movimento liderado por Venâncio Mondlane, tendo composto músicas de mobilização durante o período de campanha para as eleições gerais de Outubro de 2024.
O Presidente Daniel Chapo condenou, na noite deste domingo, o atentado contra Joel Amaral, classificando-o como uma “afronta à democracia e aos princípios de um Estado de Direito”.
Num comunicado divulgado pelo seu gabinete, Chapo descreveu o ataque como um acto de “violência gratuita” e exigiu que o caso seja devidamente esclarecido pelas autoridades competentes. “Não podemos, nunca, permitir que exista lugar ao medo em Moçambique (…). Que este condenável acto seja cabalmente esclarecido pelas autoridades competentes e que a lei seja efectivamente aplicada”, lê-se no comunicado. (SN)
(Texto actualizado a 14 de Abril de 2025 com os comentários de Daniel Chapo).