– Moçambique vive níveis endémicos de corrupção e é preciso passar do discurso para acções concretas
Por MOZTIMES
Maputo (MOZTIMES) – O Presidente Daniel Chapo afirmou, esta segunda-feira, que os magistrados do Ministério Público devem concentrar-se no combate à corrupção e aos crimes financeiros, responsabilizando os gestores públicos pelo uso indevido de fundos do Estado.
Chapo falava em Maputo, durante a cerimónia de tomada de posse da vice-procuradora-geral da República, Irene Uthui, e de três procuradores-gerais adjuntos, Mário Sevene, Firmino Emílio e Eduardo Sumana.
O Presidente afirmou que o sistema de administração da Justiça enfrenta desafios complexos, sobretudo no combate aos crimes de terrorismo e seu financiamento, tráfico internacional de drogas, raptos, branqueamento de capitais, imigração ilegal e crimes cibernéticos, o que exige forte compromisso dos magistrados.
“Por conseguinte, enquanto magistrados do Ministério Público, devem também centrar a vossa atenção na promoção de acções de prevenção e combate à corrupção, fenómeno que retarda o desenvolvimento do nosso país e mina a confiança dos cidadãos nas instituições públicas”, afirmou Chapo.
Como metas, o Presidente disse que pretende ver o nível de implementação da Estratégia de Prevenção e Combate à Corrupção na Administração Pública aumentar de 25% para 75%, e a percentagem de casos de corrupção acusados, em relação ao total de casos entrados, subir de 72% para mais de 81%.
Moçambique vive níveis endémicos de corrupção, tanto na administração pública como no sector privado. A resposta do Governo tem sido fraca, apesar dos repetitivos discursos. Chapo tem insistido, desde o discurso de investidura, na necessidade de um combate cerrado à corrupção, mas ainda não se viu nada de concreto em termos de medidas efectivas.
O MOZTIMES já expôs dois casos de evidente corrupção na Autoridade Tributária e no Fundo de Estradas, resultantes de investigação jornalística, mas até ao momento não houve qualquer reacção pública das autoridades competentes.
Para que o combate à corrupção seja efectivo, é preciso passar do discurso para acções concretas. (MT)