– PODEMOS submete proposta de diálogo a Filipe Nyusi e ao partido FRELIMO
– Albino Forquilha apoia manifestações 4×4 e ameaça com novos protestos caso o Conselho Constitucional valide os resultados eleitorais
Por Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – O PODEMOS submeteu esta terça-feira uma nova proposta de diálogo à Presidência da República e à sede do partido FRELIMO, com o objectivo de repor a verdade eleitoral e resolver a crise pós-eleitoral que se arrasta desde finais de Outubro.
O presidente do PODEMOS, Albino Forquilha, revelou que a proposta inclui a realização de uma auditoria forense aos resultados das eleições de 9 de Outubro.
“Entendemos que tem de haver uma auditoria forense para responsabilizar os autores deste problema”, afirmou Forquilha, durante uma conferência de imprensa esta terça-feira em Maputo. “Vamos continuar a insistir na apresentação de provas para trazer à tona a verdade eleitoral”, acrescentou.
Para Forquilha, a solução para a crise passa pelo governo e pelo partido no poder, a FRELIMO.
“Temos de reconhecer que há dois actores fundamentais e relevantes para a solução deste problema: o governo e a FRELIMO. Estes devem ser chamados à mesa, pois cabe-lhes resolver esta situação em primeira instância”, defendeu.
Dada a ausência de Venâncio Mondlane em Moçambique, Forquilha propõe a criação de condições para que o diálogo possa decorrer também por plataformas digitais, permitindo a participação de Mondlane. O líder do PODEMOS reconheceu ainda a importância da inclusão da sociedade civil neste processo.
As manifestações continuam
Enquanto se aguarda uma resposta à proposta de diálogo, a pressão por meio de manifestações populares, iniciadas a 21 de Outubro, mantém-se, garantiu Forquilha.
“As manifestações são uma forma de protesto, uma pressão para que a verdade eleitoral seja trazida à tona”, respondeu Forquilha, ao ser questionado sobre a sua coordenação com Venâncio Mondlane na manifestação 4×4 anunciada para começar esta quarta-feira.
O líder do PODEMOS assegurou que, caso o Conselho Constitucional valide e proclame os resultados eleitorais que favorecem a FRELIMO e o seu candidato presidencial, as manifestações irão continuar.
“Estamos na rua porque não estamos satisfeitos com os resultados. Se estivéssemos satisfeitos, não estaríamos a protestar, nem a morrer por esta causa”, afirmou.
Forquilha foi ainda mais preciso, afirmando que “Elvino Dias e Paulo Guambe foram assassinados para impedir a revelação da verdade eleitoral, porque sabiam que processos judiciais seriam preparados por eles”. (NM)