– É a segunda vez que Venâncio Mondlane promete regressar a casa, mas na primeira, não cumpriu, alegando risco de ser assassinado
Por MOZTIMES
Maputo (MOZTIMES) – O candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou, na noite deste domingo, que irá regressar a Maputo na próxima quinta-feira, 9 de Janeiro.
Mondlane está há pouco mais de dois meses em autoexílio num local desconhecido, desde que fugiu de Maputo no final de Outubro, após ter sido atingido por granadas de gás lacrimogéneo disparadas pela Polícia de Intervenção Rápida enquanto falava a jornalistas.
Falando através das habituais transmissões em directo no Facebook, Mondlane afirmou que chegará ao Aeroporto Internacional de Maputo às 8h05 de quinta-feira, sem revelar a sua proveniência. Sobre o risco de ser detido, considerando que existem processos judiciais contra si, ameaçou que, caso seja preso ou sofra algum atentado, haverá uma rebelião popular. Consultado o Aeroporto Internacional de Maputo indicou que o único voo previsto para chegar nesse horário, na quinta-feira, é o da Qatar Airways proveniente de Doha.
“Não precisam mais de pagar empresas de mercenários que andam pelo mundo inteiro à minha procura. Eu estarei pessoalmente em Maputo”, declarou Mondlane. “Não precisam mais de me perseguir. Podem matar-me, mas a minha luta não vai morrer. Com a minha queda, a fúria popular que se verificará em Moçambique não terá comparação na história de África”, acrescentou.
Mondlane convidou os seus apoiantes a recebê-lo no aeroporto e recomendou que se vistam de preto e branco em luto pelas cerca de 300 pessoas assassinadas durante as manifestações.
Mondlane já havia prometido estar em Maputo no dia 7 de Novembro passado para marchar com os seus apoiantes até ao Palácio Presidencial, mas, à última hora, não compareceu, alegando risco de sofrer um atentado.
O líder da oposição criticou ainda os deputados eleitos pelos partidos da oposição, que se preparam para tomar posse na Assembleia da República no próximo dia 13 de Janeiro. Acusou-os de estarem apressados em ocupar os seus lugares enquanto há pessoas a serem sequestradas e assassinadas por defenderem a verdade eleitoral.
“Na primeira oportunidade, querem correr para tomar posse. Na primeira oportunidade, querem ir sentar-se na Assembleia da República, enquanto está a acontecer um genocídio em Moçambique”, afirmou. (MT)