Por António Cumbane e Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – O anúncio do encerramento temporário da fábrica de cervejas da 2M foi feito um dia após a unidade de produção ter sido invadida e vandalizada por manifestantes que apoiam o candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane. A fábrica situa-se no distrito de Marracuene, cerca de 30 quilómetros da capital, Maputo.
Em comunicado de imprensa, a direção da Cervejas de Moçambique (CDM) refere que a estrutura de segurança foi comprometida, incluindo as câmaras de vigilância, por milhares de pessoas que entraram utilizando várias entradas.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a multidão a derrubar o portão da fábrica, localizada à beira da principal estrada do país, e a saquear uma quantidade não especificada de cerveja. Alguns colaboradores que se encontravam no interior das instalações sofreram ferimentos.
“Apelamos para que toda a sociedade dedique esforços para o retorno à normalidade social”, lê-se no comunicado da CDM.
As manifestações contra os resultados eleitorais há muito deixaram de ser pacíficas. O vandalismo e o roubo de produtos em lojas têm ocorrido desde o início dos protestos, mas, desde a semana passada, registaram-se invasões a grandes empresas multinacionais, revelando a incapacidade das Forças de Defesa e Segurança de proteger infraestruturas económicas críticas durante a crise.
Nesta terça-feira, empresários reuniram-se com o Presidente Filipe Nyusi para solicitar o reforço da segurança nos seus negócios. A Confederação das Associações Económicas de Moçambique informou que as empresas multinacionais que operam no país consideram declarar força maior e suspender as suas atividades devido à insegurança. (AC/NM)