– Número de vítimas mortais aumentou mais de 50% em relação ao ano anterior
– Fraca presença de fiscais marítimos é uma das principais causas de sinistros
Por Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – Moçambique registou 319 mortes causadas por sinistros marítimos ao longo do ano passado, representando um aumento superior a 50% em relação a 2023, quando foram registadas 211 mortes.
Os afogamentos constituíram os principais incidentes, com 132 casos, seguidos de naufrágios (76) e ataques de animais (39). Os dados foram divulgados esta segunda-feira, em Maputo, pelo Instituto Nacional do Mar (INAMAR).
Além das vítimas mortais, dos 271 incidentes marítimos registados em 2024, houve ainda 17 feridos, 83 desaparecidos e 383 sobreviventes.
Em comparação com 2023, o número total de sinistros registados diminuiu ligeiramente, passando de 287 para 271 casos.
O porta-voz do INAMAR, Leonid Chimarizene, apontou a falta de equipamento de segurança nas embarcações como um dos principais factores de risco. Segundo o INAMAR, as embarcações devem estar equipadas com todos os dispositivos de segurança necessários, incluindo coletes salva-vidas, boias e extintores, além de um certificado de navegabilidade válido.
“Temos assistido a situações em que os próprios condutores das embarcações não possuem o certificado de competência exigido”, afirmou, acrescentando que está em curso um plano para introduzir o uso de alcoolímetros para os navegadores, como forma de controlo e redução de tragédias.
A fraca fiscalização marítima continua a ser uma das principais causas dos sinistros marítimos, fluviais e lacustres. Num país com uma extensa costa de mais de 2.700 quilómetros, além de rios e lagos, muitos utilizam o mar, rios e lagos para pesca ou viagens entre diferentes pontos, frequentemente em embarcações inadequadas ou superlotadas. A ausência de fiscais suficientes impede uma regulação eficaz do transporte marítimo, fluvial e lacustre.
A província de Sofala registou o maior número de afogamentos, com 29 casos, enquanto a Zambézia liderou em naufrágios (26) e ataques de animais (14), com maior incidência de ataques de crocodilos e hipopótamos. (NM)