Por Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – 34 mortos e 319 feridos foram confirmados, desde que o ciclone Chido atingiu o norte de Moçambique, a 14 de Dezembro.
De acordo com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Cabo Delgado foi a província que registou o maior número de mortos – 28 –, enquanto ocorreram três mortes em Nampula e três no Niassa.
Segundo os dados preliminares, divulgados pelo INGD à comunicação social, na terça-feira, até às 18h00 de 16 de Dezembro, o ciclone causou ferimentos a 319 pessoas, das quais 300 em Cabo Delgado, 16 em Nampula e três no Niassa.
Até à data, o ciclone afectou 34.219 agregados familiares (equivalente a 174.518 pessoas). O maior impacto verificou-se em Cabo Delgado, com 127.964 agregados familiares afectados.
O ciclone, com ventos de, até, 260 quilómetros por hora e chuvas de 250 mm em 24 horas, destruiu 23.598 casas e danificou outras 11.744. Também foram afectadas 34 unidades de saúde, nove escolas e cinco locais de culto.
O INGD acrescenta que o ciclone foi responsável pela interrupção do sinal de telemóvel em Cabo Delgado. A nossa fonte na capital provincial, Pemba, Zefa Abudo, confirmou esta situação. Ele disse à MOZTIMES que não há comunicação com as pessoas no distrito de Mecúfi, porque não há eletricidade, e vários postes de eletricidade caíram ao chão.
“Em Mecúfi, tudo está desolado. Os postes estão no chão, e, desde domingo até agora, não há eletricidade. Acabei de chegar a casa e não consigo comunicar com outras pessoas. Até sair de casa não é fácil, e, para carregar o meu telemóvel, tive de pagar 50 meticais”, disse Abudo. Explicou que, no seu quintal, chapas de zinco foram levadas pelo vento e a casa desabou no domingo passado.
O INGD também sublinha que a situação é particularmente preocupante nas províncias vizinhas do Niassa, Nampula e Zambézia, que continuam em alerta, embora a força do ciclone tenha diminuído para o nível de tempestade de categoria dois, o que traz esperança de impactos mais moderados.
Importa referir que, nos últimos cinco anos, Moçambique foi atingido por outros três ciclones: Idai, em Março de 2019, Kenneth apenas um mês depois, e Freddy, em Fevereiro de 2023, que juntos, resultaram em mais de 1.100 mortes e danos que atingem mil milhões de dólares. (NM)