– Projecto suspenso desde Abril de 2021 devido aos ataques de insurgentes.
– Director do Projecto afirma que decorrem preparativos para a retoma, mas ainda sem data exacta.
Por Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – O Presidente do Projecto Mozambique LNG, Mazime Rabilloud, afirmou esta quinta-feira, na cidade de Pemba, que o projecto continua activo e está actualmente concentrado em actividades de preservação e de preparação para a retoma dos trabalhos, sem, no entanto, especificar datas para o levantamento da cláusula de força maior.
Nos últimos dias, vários órgãos de comunicação social noticiaram que o Projecto Mozambique LNG, operado pela TotalEnergies, estava a suspender contratos com empresas subcontratadas na zona de Afungi. Tal informação foi entendida como um sinal de que a retoma do projecto, que visa a exploração de gás natural liquefeito na Área 1 da Bacia do Rovuma, estava longe de acontecer.
Mazime Rabilloud esclareceu que o projecto está activo e a preparar a retoma. “Estamos a fazer muitas obras de preservação e obras de preparação para um reinício”, disse Rabilloud em declarações a jornalistas.
O projecto foi suspenso em Abril de 2021 por motivos de “força maior”, devido aos ataques jihadistas na vila-sede de Palma, perto do local onde decorriam as obras de construção da planta de processamento de gás natural liquefeito, na Península de Afungi.
Rabilloud afirmou que não há uma data certa para a retoma das actividades de exploração de gás natural liquefeito. Para além das razões de segurança que levaram à interrupção do projecto, há também problemas de financiamento, com alguns dos bancos de exportação que se comprometeram a financiar o projecto com cerca de 16 mil milhões de dólares, dos 20 mil milhões necessários.
Durante o mandato passado de Filipe Nyusi, por várias vezes acreditou-se que o Projecto Mozambique LNG iria retomar as suas actividades. Em várias ocasiões, o antigo presidente acenou com supostas melhorias nas condições de segurança na Província de Cabo Delgado, mas, mesmo assim, o projecto não retomou as suas actividades. Nem mesmo a presença de milhares de tropas ruandesas no local levou ao levantamento da cláusula de “força maior” que motivou a suspensão do projecto.
O projecto Mozambique LNG teve início em 2011, com a descoberta de grandes reservas de gás natural ao largo do norte do distrito de Palma, e a decisão final de investimento de 23 mil milhões de dólares foi anunciada em 2018, em Maputo, quando o projecto ainda era operado pela norte-americana Anadarko. No ano seguinte, em 2019, o projecto foi vendido à TotalEnergies, que veio a interromper as actividades dois anos depois devido ao já referido ataque em Palma.
Para além da TotalEnergies, com uma participação de 26,5%, são outros accionistas da Mozambique LNG a ENH, com 15%; a Mitsui & Co, com 20%; a ONGC Videsh, com 10%; a Oil India, com 10%; a Bharat PetroResources, com 10%; e a PTTEP, com 8,5%. (NM)