– Horas após receber notificação do Ministério Público, o candidato que se autoproclamou vencedor das eleições desafiou as autoridades a prendê-lo
– No passado, o Ministério Público já mandou prender líderes da oposição, mas uma eventual prisão de Venâncio Mondlane, neste momento, pode precipitar revolta popular
Por Sheila Nhancale, Stélvio Martins e Noémia Mendes
Maputo (MOZ TIMES) – Está a aumentar a tensão pós-eleitoral em Moçambique. Na tarde desta terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) notificou o candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, a “abster-se de práticas que violam a Constituição e a legislação eleitoral”, “agitação social, desobediência pública, desrespeito aos órgãos do Estado, incitação à violência”. Horas depois, o candidato Mondlane reagiu endurecendo o seu discurso. Desafiou o Ministério Público a prendê-lo e convidou a juventude a “sair à rua para defender a democracia”.Esta quarta-feira, Mondlane deslocou-se à cidade de Nampula, no norte do país, onde liderou uma marcha popular em que milhares de jovens percorreram o centro da cidade. A marcha, que era transmitida em direto no Facebook, foi interrompida por tiros, aparentemente disparados pela polícia, minutos depois do seu início. Nampula é a província onde pelo menos nove pessoas foram mortas pela polícia durante protestos contra a fraude eleitoral nas eleições autárquicas de 2023.
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