Por Benedito Marime
Maputo (MOZTIMES) – Foi no primeiro trimestre de 1976 que o Governo da então República Popular de Moçambique fixou, por Decreto, os feriados nacionais, mais tarde acrescidos. Eles devem assinalar os marcos importantes da construção da nossa identidade nacional ou o nosso alinhamento com datas internacionalmente celebradas também como feriados nacionais.
A par dessas datas, outras foram instituídas como datas comemorativas, assinalando outros marcos que, por razões de oportunidade, se não julgou conveniente cataloga-los naquele grupo, mas devem ser recordados e exaltados pelo seu significado peculiar na edificação da moçambicanidade.
Um destes ocorre hoje, 16 de Dezembro ‘Dia dos Mártires do Colonialismo” , instituído para homenagear os Mártires de Inhaminga, algumas largas centenas de concidadãos, massacrados entre os meses de Dezembro de 1973 e Março de 1974, pela Polícia Internacional e de Defesa de Estado (PIDE) e por forças especiais do Exército português.
O massacre foi em represália pela extensão da Luta Armada de Libertação Nacional ao eixo BeiraInhaminga, o que se agravou por uma emboscada bem-sucedida a uma coluna da PIDE, a caminho de Inhaminga, na qual foram mortos 9 agentes e incendiadas duas viaturas da sinistra corporação, em acto legítimo de guerra.
Inexplicavelmente, pouco se tem falado de Inhaminga, na narração dos marcos sangrentos da construção da nossa Pátria.
Nesta hora difícil da nossa vida democrática, qualquer que venha a ser o desfecho, importa começar a reparar este “esquecimento”, até porque existe um bem documentado e público relatório sobre este assunto, com datas, nomes de pessoas e lugares envolvidos.(BM)