– Podemos está a oferecer cesta básica a mais de 100 famílias em todo o país
Por Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – Membros do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) iniciaram com um processo de assistência às vítimas de baleamento em todo o país. A iniciativa consiste na distribuição de uma cesta básica e de assistência jurídica às vitimas de baleamento durante as manifestações que iniciaram a 21 de Outubro de 2024, no país.
O secretário-geral PODEMOS, Sebastião Mussanhane, disse que nesta primeira fase serão abrangidas mais de 100 famílias. Dar-se-á prioridade aos que estão impossibilitados de realizar alguma actividade laboral.
“Fizemos um levantamento das vítimas que tiveram impacto negativo de forma significativa, aqueles que de facto não conseguem fazer absolutamente nada neste momento. É a esses que estamos a dar prioridade neste momento, mas depois vamos alargar para mais vítimas” disse Mussanhane, acrescentando que “neste momento o número tende a alargar-se e há muitas famílias que estão a contactar o partido e que precisam, também, de assistência”, explicou.
Sebastião Mussanhane explica que esta é uma iniciativa interna do partido e que recebe ajuda de apoiantes externos e de parceiros com vista a ajudar às vítimas de baleamento.
“Foram gastos cerca de 30 mil meticais para ajudar as vítimas em termos de estruturação de todo o processo jurídico. Neste momento está-se a assistir a mais de 20 pessoas no país. Para hoje iniciamos com a distribuição de 5 cestas básicas na cidade de Maputo, Matola e Boane”, disse.
Em uma entrevista à imprensa, um dos beneficiados com uma cesta básica pelo partido PODEMOS conta que foi vitima de 18 balas de borracha, numa acção perpetrada pela Policia de Moçambique. Até hoje conta com uma assistência prestada pelo partido PODEMOS e nenhuma entidade competente se aproximou para saber da sua situação.
“Eles chamam de balas de borracha mas para mim não era bala de borracha porque era muito dura. E, quando eu pedi para ele parar de disparar, ele não quis saber disso. Soltou um palavrão e continuou a disparar de novo para mim” disse Alberto Manjate, de 26 anos de idade, que explica não ter visto quem foi o policia que o alvejou, apenas despertou em uma cama do hospital.
Zacarias André Sambo, de 25 anos de idade, outra vitima de baleamento pela Policia, conta que foi alvejado com uma bala na região da cintura, quando voltava do trabalho, durante a confusão das manifestações. E, sem ajuda, dirigiu-se ao hospital.
“Eu agora tenho trauma, só por ouvir um som de disparos fico em pânico. Hoje eu já não consigo caminhar muito bem. Naquele dia eu só me assustei, quando vi, fui alvejado com uma bala real, e quando peguei aquela parte, vi que estava a jorrar sangue”, disse.
O secretário-geral do partido PODEMOS , explica que se irá apoiar o processo aberto contra o Comando Geral da Polícia, reconhecendo que “é importante que os autores sejam responsabilizados. “estamos a colaborar com várias instituições que têm vindo a contactar o partido no sentido de colaborar de facto para esta responsabilização criminal através das evidências que temos, das informações e das vítimas”. (NM)