- África do Sul tem seis universidades no top 10 da lista que avalia a produção científica
Por Sheila Nhancale
Maputo (MOZTIMES) – Nenhuma universidade moçambicana figura entre as 100 melhores de África em termos de produção científica, segundo o Ranking 2025 das Universidades Africanas Baseado em Pesquisa, divulgado pela African Journals, Universities and Research (AFJUR), em Junho deste ano.
O estudo analisou 1.474 instituições de ensino superior em todo o continente, das quais 1.461 foram efectivamente classificadas com base no volume de publicações e menções académicas no Google Scholar, no período entre 2020 e 2024.
A Universidade do Cairo, no Egipto, lidera o ranking continental, seguida pela Universidade da Cidade do Cabo e Universidade de Pretória, ambas da África do Sul. Completam o top cinco a Universidade de Nairobi (Quénia) e a Universidade da Nigéria. Entre as 10 melhores universidades do continente figuram seis sul-africanas, duas egípcias, uma nigeriana e uma queniana.
A Nigéria destaca-se como o país com maior número de instituições no Top 100, com 30 universidades representadas, reforçando a sua posição como um dos centros emergentes da ciência africana. Ao todo, o ranking inclui universidades de apenas 20 países africanos, menos de metade dos 54 Estados do continente.
A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga e maior do país, aparece na 114.ª posição. A Universidade Pedagógica de Maputo surge em 266.º lugar, a Universidade Católica de Moçambique ocupa a 366.ª posição, a Universidade Lúrio está em 522.º lugar e o extinto Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI) surge na 775.ª posição.
Estas colocações referem-se ao desempenho das instituições africanas em termos de publicações e citações académicas, com base nos dados recolhidos no Google Scholar relativos ao período entre 2020 e 2024.
Metodologicamente, os autores do estudo pesquisaram cada universidade no Google Scholar, utilizando o nome da instituição, o país e, quando necessário, a cidade onde esta se localiza. Apesar das limitações, os autores argumentam que a metodologia adoptada permite aferir de forma prática a visibilidade científica no espaço académico digital.
Os resultados revelam um défice estrutural na política de ciência e inovação em Moçambique. Entre as principais fragilidades apontam-se o fraco financiamento à investigação, a ausência de estratégias para incentivar a publicação científica, a limitada internacionalização das instituições e a quase inexistente presença digital de muitos centros de ensino superior. (SN)