– Jornalista estava desaparecido há duas semanas, suspeitando-se de rapto
Por Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – O jornalista Arlindo Chissale foi assassinado, confirmou o irmão da vítima, Macário Chissale, em entrevista ao MOZTIMES. A família confirmou a morte de Chissale 15 dias após o seu desaparecimento, ocorrido na noite de 7 de Janeiro de 2025.
De acordo com Macário, a morte do jornalista, que trabalhava para o Pinnacle News e era apoiante do antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane, foi confirmada na noite desta terça-feira. As investigações indicam que Chissale foi torturado antes de ser morto. A família afirma que o assassinato foi perpetrado por indivíduos vestidos com uniformes militares, alegadamente por motivações políticas.
“Na noite de ontem, confirmámos a morte do nosso irmão”, disse Macário Chissale. “Soubemos que, antes de ser morto, ele foi torturado, e esse acto macabro foi cometido por pessoas com trajes militares aqui em Cabo Delgado”, acrescentou.
Macário também explicou que, após o desaparecimento do seu irmão, a família apresentou queixa no dia 16 de Janeiro, na 2.ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Pemba. Contudo, até ao momento, nenhuma informação foi fornecida pela polícia sobre o desaparecimento do jornalista.
O MOZTIMES já havia reportado anteriormente que, antes de desaparecer, Chissale informou à família que planeava viajar de Pemba a Nacala, utilizando transporte público num trajectode cerca de 450 quilómetros. A última comunicação de Arlindo Chissale com a família foi na noite de 7 de Janeiro, quando informou que estava no cruzamento de Silva Macua, a aproximadamente 80 quilómetros de Pemba.
Arlindo Chissale tinha 45 anos de idade, esposa e seis filhos, com idades entre 2 e 21 anos. Como jornalista, trabalhou numa rádio comunitária em Nacala, sob gestão do Governo, através do Instituto de Comunicação Social (ICS), e, até à sua morte, era um dos jornalistas mais destacados do PinnacleNews, um site especializado na cobertura da insurgência em Cabo Delgado. Chissale era também militante da Renamo e, mais recentemente, do PODEMOS, em apoio ao então candidato presidencial Venâncio Mondlane.
O corpo da vítima ainda não foi encontrado, e a polícia ainda não comentou a ocorrência. (NM)