– Manifestantes queimaram residência do chefe do posto policial, libertaram reclusos das celas e apoderaram-se de duas armas do tipo AK47
Por António Cumbane
Três pessoas, entre as quais um membro da Polícia, morreram. Um posto policial e uma residência foram incendiados na manhã desta quinta-feira, na povoação de Mangungumete, localidade de Maimelane, no distrito de Inhassoro, província de Inhambane.
O caso ocorreu na Estrada Nacional número um (N1) que liga o país do sul a norte e é atribuído a um grupo de manifestantes que teriam barrado a via exigindo que a circulação rodoviária ficasse interrompida, no quadro das manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Além da destruição do posto policial, segundo soubemos, os revoltantes libertaram todos os reclusos que se encontravam detidos nas celas e apoderaram-se de duas armas do tipo AKM.
Uma fonte contou, esta quinta-feira, ao MOZTIMES que o barulho começou por volta das 7 horas quando um grupo de pessoas colocou barricadas na N1, impedindo a circulação de pessoas e bens da zona norte para o sul e vice-versa.
“A Polícia teve que agir diante daquela situação e a resposta dos manifestantes foi violenta. Houve troca de agressões e um membro da corporação teria perdido a vida. Também há dois civis que foram atingidos por tiros e perderam a vida no local”, explicou a fonte.
Em Mangungumete localiza-se o cruzamento do povoado de Temane, onde a Sasol está a explorar gás, na província de Inhambane. É um local em franco desenvolvimento, mas esta quinta-feira tudo foi deitado abaixo pelos manifestantes enfurecidos pelos resultados eleitorais que dão vitória à Frelimo e ao seu candidato, Daniel Chapo.
“Saquearam estabelecimentos comerciais. Roubaram produtos diversos. Fizeram muitos estragos. A Polícia teve que ser mobilizada da cidade de Inhambane para vir apoiar, uma vez que tudo saiu do controlo”, disse a nossa fonte falando na condição de anonimato.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram homens a disparar para o ar usando as armas apoderadas no posto policial. O número de presos libertos é desconhecido.
Está é a primeira vez que a província de Inhambane regista tumultos deste nível desde que as manifestações convocadas por Venâncio Mondlane iniciaram no mês passado.
Até ao fecho desta notícia, Mangungumete, que dista a mais de 30 quilómetros da vila de Inhassoro, encontrava-se em pânico devido a esta “guerra” movida por populares. (AC)