Por Noémia Mendes
Maputo (MOZTIMES) – Duas grandes portagens nos arredores da cidade de Maputo e escritórios adjacentes a uma terceira portagem ao longo da Estrada Nacional Número 4 (EN4) foram incendiados numa nova vaga de manifestações violentas na região do Grande Maputo.
A violência iniciou-se na manhã desta quarta-feira na portagem da EN4, entre as cidades de Maputo e Matola. Moradores locais impediram a cobrança de taxas de portagem e a polícia respondeu com violência. Uma criança e um jovem ficaram feridos durante os confrontos. Em reacção, a população incendiou o escritório da Trans-African Concession (TRAC), concessionária da portagem.
Os feridos foram levados ao hospital pela polícia, mas não há informações oficiais sobre o seu estado de saúde, segundo noticiado pelo canal local de televisão, TV Sucesso.
Entretanto, ao longo da noite, outras duas portagens foram incendiadas, ambas localizadas na Estrada Nacional Número 200, que liga Maputo à vila turística da Ponta do Ouro. Imagens verificadas e partilhadas nas redes sociais mostram a portagem da KaTembe, do outro lado da Baía de Maputo, em chamas durante a noite.
Da mesma forma, a portagem na localidade de Mudissa, perto da vila de Bela Vista, sede do distrito de Matutuíne, também foi incendiada.
As duas portagens incendiadas são geridas pela Rede Viária de Moçambique (REVIMO), uma empresa maioritariamente detida pelo Estado.
De acordo com dados partilhados pela REVIMO, desde o início das manifestações contra os resultados eleitorais, no final de Outubro passado, a cobrança de taxas de portagem foi suspensa, afectando 448 trabalhadores – a maioria jovens –, que ficaram temporariamente sem trabalho.
A empresa também relatou a destruição total ou parcial de oito das 16 portagens sob sua gestão, incluindo as localizadas em Matola Gare, Zintava, Cumbeza, Macaneta, Mahubo, Ponta do Ouro, na província de Maputo, e duas portagens na província de Gaza.
A destruição das portagens ocorre em resposta às exigências do líder da oposição, Venâncio Mondlane, que defende a isenção do pagamento das taxas como uma das medidas de protesto contra os resultados eleitorais, os quais Mondlane não reconhece. (NM)
















